Especificação: Construção de uma residência de luxo, em estilo
eclético e predominância da arquitetura inglesa do período manchesteriano,
destacando-se as dependências situadas no térreo destinadas aos empregados da
casa e o afastamento da face da rua, o que não era muito comum na primeira
metade do século passado. A entrada para a casa principal, no sobrado,
revestida por tijolos aparentes se faz por uma escada em estilo, pontuada por
muretas com revestimento de mármore. Ao lado, o chalé, mesmo lembrando o estilo
francês (das duas águas), mantém a harmonia arquitetônica, principalmente as
molduras em relevo das janelas e portas construídas, especialmente, de
esquadrias de madeira, com vidro, venezianas e bambinelas. Chama atenção a
platibanda, escondendo o telhado de telhas francesas, bem como o muro com
pilastras e cerca de ferro batido.
O estilo inglês, segundo nos
afirma a Dra. Ana Elísia da Costa, da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, em sua tese de doutorado “A Poética
dos Tijolos Aparentes e o Caráter Industrial”, assinala que até a Primeira
Guerra Mundial, parte das fábricas brasileiras era caracterizada, formalmente,
pela simplicidade e despojamento. Alguns desses edifícios adotaram o que se
pode chamar de “padrão manchesteriano”: fachadas erguidas em tijolos aparentes
que encobrem estruturas moduladas de concreto armado e/ou estruturas importadas
de ferro. Nelas, o barro “reveste” o concreto, fazendo duelar a manufatura
rudimentar da vedação versus a
racionalização construtiva da estrutura e cobertura. Tijolo a tijolo,
provavelmente buscava-se traduzir o caráter fabril depreendido dos materiais e
se ensaiava a fábrica moderna brasileira.
As quatro casas, únicas em todo
município com a arquitetura manchesteriana, teria sido construída para os
filhos de um industrial, então proprietário de uma Usina e, para tal,
encomendou o trabalho a um arquiteto inglês, da Leopoldina, cujo nome é
desconhecido. O estilo lembra muito algumas estações de trem construídas nos
anos 30 e 40 na região.
Localização: Rua José do Patrocínio, 54 – Centro Histórico.
Época de Construção: Anos 40. Aproximadamente.
Estado de Conservação: Bom. E faz parte de um conjunto de quatro
imóveis iguais, remanescentes das residências senhoriais da área próxima á
antiga Estação da Avenida e, depois, do Parque Alzira Vargas.
Propriedade: Boletim Cadastral em nome de Walter da Cunha Gomes,
seus Representantes e/ou Herdeiros.
Endereço para Correspondência: O mesmo. CEP: 28010-385.
Processo nº: 06629/2015
Protocolo nº: 2015.115.006709-5-PA
Inventário efetuado em:
Fotografias: Valdimir da Silva Salino
Registro Fotográfico
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